Carnaval de SP pretende levar deficientes visuais ao sambódromo

ESTEFANI MEDEIROS
Colaboração para o UOL

Cores, texturas de fantasias e a riqueza de detalhes dos carros alegóricos ajudam a fazer do Carnaval não só uma festa de música, como um grande espetáculo visual. Mas não para todos. Pensando nisso, o projeto “Carnaval Paulistano – Só não vê quem não quer”  tem como objetivo criar oportunidades para que deficientes visuais sintam a festa de uma forma diferente.

O projeto é uma iniciativa da Prefeitura de São Paulo com a faculdade FMU, a SPTuris e a Fundação Dorina Nowill. "Estamos investindo cada vez mais para que o Carnaval se torne uma festa para todos", disse o prefeiro Gilberto Kassab em coletiva de imprensa realizada nessa terça-feira (11/1).

As escolas de samba Mocidade Alegre, Rosas de Ouro e Camisa Verde Branco participarão do projeto levando os 45 deficientes visuais e seus acompanhantes por três etapas: os ensaios, a concentração e os desfiles no sambódromo, onde contarão com um camarote especial.

No camarote, os deficientes terão uma maquete de 1m de comprimento por 1 metro de largura em formato de réplica das alegorias. A maquete, produzida por 40 alunos do curso de arquitetura da FMU, foi pensada para que eles toquem e sintam os formatos dos carros que estarão passando simultaneamente pelo sambódromo.

Dentro dessas alegorias estarão bonecos vestidos com as roupas das escolas, produzidas pelos alunos de moda da faculdade, com o tamanho um pouco maior que uma boneca Barbie. Além das maquetes, os participantes também ouvirão um CD com descrições em áudio dos enredos.

Acessibilidade
A escola Rosas de Ouro conta com ala de cadeirantes e deficientes visuais há 16 anos. De acordo com a Diretora de projetos sócio-culturais da agremiação, Vanessa Oliveira, o projeto “Samba se Aprende na Escola” já inclui sócios que participam dos ensaios técnicos e crianças com deficiência visual.

A representante da Mocidade Alegre, Érica Ferreira diz que “a escola tem apenas ala de cadeirantes, mas vê nessa oportunidade um iniciativa para se tornar cada vez mais inclusiva”. 

“O único contato que tinha com o Carnaval era pelo rádio, que oferece uma cobertura mais descritiva do evento. Mas quando a gente ouve a segunda escola de samba já cansa”, diz  a assistente social Maria Regina Lopes da Silva e uma das primeiras inscritas no projeto.  “Já participei de ensaios de quadra, mas essa oportunidade é curiosa porque poderemos sentir, tocar o Carnaval”.

Os interessados devem se inscrever até dia 14/1 pelo e-mail carnaval2011@fundacaodorina.org.br. Serão selecionados 45 inscritos. As primeiras atividades serão realizadas no dia 23 de janeiro na Mocidade Alegre, 30 de janeiro na Rosas de Ouro e 2 de fevereiro na Camisa Verde e Branco.