Sob chuva, bonecos gigantes marcam tradição em Olinda (PE)

Nem mesmo a chuva foi capaz de impedir o tradicional Encontro dos Bonecos Gigantes, que desfilaram nesta terça-feira (16) pelas ruas e ladeiras de Olinda. Embalados por orquestras de frevo, 150 enormes bonecos fizeram a festa de milhares de foliões que enfrentaram a chuva na cidade histórica pernambucana.

Os bonecos, que já são a tradição do Carnaval de Olinda, são reverenciados e aplaudidos por onde passam. Atualmente compostos, principalmente, por isopor e fibra --material mais leve do que o papel machê--, os bonecos homenageiam personalidades famosas de Olinda e também do estado de Pernambuco, como o compositor e instrumentista Lourenço da Fonseca Barbosa, o Capiba.

 

	Antônio Cruz/ABr
	Artesão prepara os tradicionais bonecos gigantes de Olinda; chuva não foi empecilho para apresentação

Um dos bonecos que chamaram atenção hoje foi o de Zé do Rádio, um torcedor fanático do clube de futebol Sport. Ele ficou conhecido por ir aos jogos do rubro-negro de Recife com um potente aparelho de rádio que incomodava os técnicos dos times adversários.

"Hoje não tem rádio, só alegria e carnaval", disse Zé do Rádio, poucos instantes do início do desfile do boneco gigante que representa sua imagem.

A enfermeira baiana Patrícia Castro se disse maravilhada com a riqueza do carnaval de Olinda. "Maravilhoso, muito rico. É diferente de Salvador porque, aqui, todos participam de graça e não tem violência", descreveu.

A tradição dos bonecos gigantes parece estar no sangue dos pernambucanos. O estudante Gabriel Arthur Araújo, 11 anos, carrega sob os ombros, desde pequeno, um dos símbolos do Carnaval de Olinda.

"Desde os quatro anos que carrego o boneco gigante, mas antes era o mirim [boneco menor que o tradicional]."

Gabriel contou que sua avó Ivonete é uma das costureiras responsáveis por vestir os gigantes. "Ela sempre fazia as roupas para os bonecos e também fazia um [boneco] para mim."