Ícones da música brasileira foram homenageados pela Mangueira

AFP

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Da Redação

Com o enredo "Mangueira é Música do Brasil", a escola encerrou o segundo dia de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro retratando ícones e destacando fases da MPB. Jovem Guarda, Bossa Nova e Tropicalismo foram algumas das vertentes homenageadas pelos 4 mil foliões da Mangueira.

A comissão de frente "Um Brasil que canta e é Feliz" homenageou o maestro Heitor Villa-Lobos. Uma estrutura com um piano acompanhava componentes que dançaram em pares diversos estilos musicais, como funk, jazz e samba.

Estátuas retratando Cartola e Jamelão no carro abre-alas homenagearam os músicos e compositores mangueirenses. O veículo chegou a pegar fogo minutos antes de entrar na avenida, mas o incêndio foi controlado a tempo.

"Mangueira, um Mar de Poesia", a ala das baianas, trouxe componentes com vestidos rosas, com o brasão da escola de cor verde. A roupa tinha detalhes em dourado e notas musicais estampadas.

Para retratar a Bossa Nova, havia um tripé que trazia dois bonecos: um representando a cantora Nara Leão e outro, Tom Jobim, sentado ao piano. Em seguida, entrou a ala "Chega de Saudade", nome da canção gravada por João Gilberto, que marcou o início da bossa nova. A ala "Copacabana" desfilou logo depois e retratou o bairro onde nasceu a bossa nova, lembrando dos encontros no apartamento de Nara Leão. Por fim, o carro "Bossa Nova" estava ocupado por Marcos valle, João Donato, Luis Carlos Miele, além da enorme escultura de Vinicius de Moraes, 

Para homenagear a Jovem Guarda, a primeira ala "Banho de Lua" lembrou a música cantada por Cely Campello. Os componentes vestiam fantasias que traziam um suporte que simulava um chuveiro. Outro sucesso, como "Negro Gato", também ganhou uma ala - os participantes vestiam pelúcia preta com as formas do bicho felino. Um carro alegórico em forma de calhambeque, de cor verde, finalizou a homenagem.

A era dos festivais e as músicas de protesto foram lembradas em algumas alas. Mas a maior homenagem à esta época foi feita pela bateria. Com 250 ritmistas vestidos de presidiários, o grupo representou os músicos censurados, com componentes vestidos de policiais encenando uma repressão. Em alguns momentos do desfile, eles erguiam grades verdes e cercavam toda a bateria.

A ala dos passistas retratava cantores (as) deportados, todas com correntes nos braços. O carro alegórico que fecha esta fase trouxe um monstro azul escuro e a atriz Rogéria engaiolada,  representando a mulher da repressão Solange Hernandes.

A Tropicália foi homenageada em carro alegórico com três bonecos retratando ícones do movimento: Gilberto Gil, Rita Lee e Caetano Veloso. Sandra de Sá e Milton Nascimento desfilaram neste carro.

Raul Seixas, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha e outros grupos de rock também ganharam homenagem em algumas alas. O carro Rock Brasil que também retratou a produção musical dos anos 80 foi decorado com duas guitarras e o bumbo de uma bateria no centro.

Ritmos como frevo, forró e até o rap foram retratados em alas da escola. O funk carioca foi tema do carro alegórico "Bonde da Mangueira", com caixas de som e estátua de mulheres de short em poses sensuais.