Rei Roberto Carlos encerra com chave de ouro o desfile das campeãs do Carnaval carioca

FABÍOLA ORTIZ
Colaboração para o UOL, do Rio

O rei Roberto Carlos voltou à Sapucaí no início da manhã deste domingo (13) para encerrar com chave de ouro o desfile das campeãs do Carnaval carioca de 2011. A Beija-Flor de Nilópolis foi a escola vencedora e, neste ano, homenageou o cantor.

Este foi o 12º título da história da escola de Nilópolis que, só desde 2003, já contabilizou seis títulos de campeã do Grupo Especial do Rio.

Em noite de glamour na passarela do samba, a presença de Roberto Carlos no último carro alegórico levantou o público que permaneceu até as 5h para ver o desfile. Como no desfile da segunda de Carnaval, antes de entrar na avenida, por volta de 4h, a escola distribuiu rosas para as arquibancadas e camarotes. O público vibrou mais uma vez com a presença do rei que acenou e jogou flores.

Segundo disse ao UOL o presidente de honra da escola, Anísio Abraão David, pouco antes do desfile, a noite tinha “tudo para ser melhor do que na segunda-feira no campeonato”. Apesar de algumas alas reduzidas com menos integrantes, a escola compareceu em peso para prestigiar o primeiro lugar. Muitos integrantes desfilaram com uma faixa de campeã do carnaval de 2011.

“Desfilar com 100% é impossível, mas as alas de comunidade, acredito que estejam 90% dos componentes”, afirmou Anísio.

Para prestigiar também, a corte real composta pelo Rei Momo, a rainha e as princesas do Carnaval carioca também compareceram à Sapucaí e desfilaram à frente da ala dos passistas.

Assim que colocou os pés no sambódromo, a comissão de frente coreografada por Carlinhos de Jesus foi aplaudida com gritos de “campeã!”.

Na concentração, minutos antes de dar partida ao desfile, Carlinhos de Jesus reuniu a equipe de dançarinos e disse que ia "mostrar para todos que estão nessa avenida o campeonato da Beija-Flor, a nossa parte e junto com os outros segmentos da escola que nos tornaram campeões”.

Para Carlinhos de Jesus, "o público merece e está aqui para ver o que levou a escola ao primeiro lugar”. 

“Vamos mostrar o campeonato. Indiscutivelmente nós vamos fazer um grande desfile, a mesma dose, a mesma intenção, mas agora sem chuva e sem óleo”, disse.

A atriz Cláudia Raia, que interpretou a musa inspiradora de Roberto Carlos, também se reuniu com os dançarinos da comissão e fez questão de agradecê-los pela "oportunidade de ter sido escolhida para fazer a musa”.

O desfile das escolas transcorreu sem pressão e mais tranquilo do que na segunda, apesar de um princípio de incêndio no carro abre-alas ter mantido atentos os bombeiros. 

 

As campeãs

Em ordem decrescente, a escola que ficou em sexto lugar foi a primeira a desfilar na noite de sábado. Com o enredo exaltando a saúde, a Imperatriz Leopoldinense começou às 21h, seguida pelo Salgueiro, às 22h30, que veio com o Rio no cinema. A agremiação tijucana conseguiu manter-se entre as seis primeiras colocadas apesar do atraso de 10 minutos na retirada de seus carros na segunda noite de desfiles que acabou com a possibilidade de disputar o título.

Dessa vez, o desfile transcorreu sem nervosismo. A bateria Furiosa do mestre Marcão fantasiada de policiais da tropa de elite chamou a atenção do público mais uma vez. Ao lado de Marcão, estavam também presentes os mestres de bateria de outras escolas, como o Ciça, da Grande Rio, que este ano não recebeu pontuação devido ao incêndio que destruiu as fantasias e alegorias da escola.

Com o enredo sobre a história do cabelo, a Vila Isabel foi a terceira escola a desfilar, um pouco antes de meia-noite, e saiu com os carros com bom acabamento e fantasias bem desenhadas. Todos os componentes mantiveram na íntegra as fantasias elaboradas pela carnavalesca Rosa Magalhães, inclusive as perucas.

Após 1h, a Mangueira foi a quarta agremiação a entrar na Marquês de Sapucaí. Com o enredo em homenagem ao compositor e sambista Nelson Cavaquinho, a escola foi a terceira colocada no carnaval do Rio. A bateria repetiu a dose das paradinhas longas, que contou com o apoio do público para seguir cantando a letra do samba.

A comissão de frente do coreógrafo Jaime Arôxa arrancou aplausos da arquibancada, assim como o carro alegórico representando o bar Zicartola em que veio, mais uma vez, a cantora Beth Carvalho e o jornalista Sérgio Cabral, pai do governador carioca, sentados ao lado de uma escultura em tamanho real de Nelson Cavaquinho.

Os baluartes da Mangueira compareceram em peso, como a Tia Suluca, 86, presidente de honra das baianas que veio no chão à frente da ala.

Já eram quase 3h quando a vice-campeã Unidos da Tijuca entrou no Sambódromo para arrepiar com o enredo sobre o medo e o cinema. A comissão de frente, com seus truques de ilusionismo, novamente perdeu a cabeça, e o carro alegórico abre-alas assombrou a avenida.